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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ENTREVISTA: Rodrigo Tech Aguiar

No dia do aniversário do Azenha,  a conversa não poderia ser outra que não com o presidente Rodrigo Aguiar, o Tech.
 
Ele já foi artilheiro do time, perdeu titularidade e voltou a entrar em campo desta vez como lateral. Ele sabe que não se escala por ser presidente, mas também não reclama (muito) quando fica no banco ou é sacado da equipe. Para ele, mais difícil que jogar é administrar.
 
O Azenha é o filho mais velho do presidente. Divide as atenções com a pequena Gabriela. E como todo filho, este também causa problemas dentro de casa. Rodrigo precisou descentralizar as funções do time para conseguir atender a esposa e a filha pequena.  A primeira-dama, Carolina confessa: vive uma relação de amor e ódio com o time do marido, mas no papo a seguir dá pra entender direitinho os motivos: o Azenha faz parte da vida do presidente.
 
Blog do Azenha: O Azenha está completando 5 anos. Que balanço tu faz deste período?
Tech:  O que começou para ser uma brincadeira de fim de semana, acabou se tornando algo sério, quase uma religião. Não tem sábado que não seja dedicado ao Azenha. Não importa se tem aniversário, formatura, casamento...  O Azenha supera tudo. Faço um balanço positivo, não só dentro como, principalmente, fora de campo. Surgiram muitas amizades, histórias, brigas, crises, quase o fim do time, mas com muito trabalho, empenho e dedicação o Azenha segue firme e forte e completando 5 anos de idade com muita alegria.

BA: O Azenha teve um bom primeiro ano (2007). Depois disso, o time passou por instabilidades marcantes (perda de pontos, atletas suspensos, desestruturação do grupo...). O que mudou em 2011?
Tech:  O time foi criado para amistosos.  Em 2006, foram 10 amistosos onde tivemos nove vitórias. Começamos arrasando. Sentimos necessidade de disputar algo valendo, foi aí que participamos da Copa União e da Copa Uefa  no mesmo ano. Chegamos na final da Copa União e nas quartas da Uefa, uma campanha excelente para um time com um ano.  Após isto notamos a  falta de maturidade, compromisso e experiência. O  Azenha ainda não era uma afirmação para muito jogadores, era apenas mais um jogo. Aliando tudo isto, fomos perdendo um pouco o rumo das coisas.  Em 2008 formamos um time muito inconstante, não obtendo sucesso. Até chegamos nas oitavas da Uefa, mas nada além disto. No ano seguinte, 2009, formamos uma bela equipe, dita por muitos uma das melhores. Logo na estreia da Copa Farroupilha, por causa de uma briga, perdemos cinco jogadores,  pontos na tabela  e o Azenha foi se arrastando até o fim da competição.  No segundo semestre, veio a Copa Uefa e a  esperança da conquista de título. Desta vez,  uma inscrição irregular, quando o Azenha estava entre os lideres, nos fez perder  11 pontos, alijando o time da competição.  No ano passado chegamos às semi finais da Copa do Centenário Colorado, um campeonato organizado para comemorar o aniversário do Internacional. Estreamos na Liga do Parcão e, para uma primeira vez,  foi  muito bom , faltou um ponto para a classificação. Então partimos para o Clausura, competição que o Azenha voltou a repetir desorganização. Um time a cada jogo, cheio de ex-boleiros marrentos... Enfim,  uma sucessão de erros que quase culminou com o fim do time. Veio 2011! E, por incrível que pareça,  no inicio do ano, o Azenha não tinha 11 jogadores. Foi muito complicado, mas com muito trabalho conseguimos chegar a disputa da Copa Farroupilha. Arrumamos a casa, dispensamos os problemas e trouxemos soluções. Soluções que se encaixaram como se já estivessem há anos no time e voltamos a formar a família Azenha . Chegamos à semifinal, que para o que passamos já é considerado um título. Agora vamos em busca da Uefa e de manter o espírito de família.

BA: Um time é feito para competir. Uma equipe entra num campeonato pensando no título. No Azenha o espírito é esse, mas o clima de amizade e cooperação também é marcante. Até que ponto o aspecto “amizade” pode fazer a diferença nas atuações dentro de campo?
Tech:  Um time não é feito somente de jogadores, mas sim de um processo. Não adianta ter 11 boleiros e não ter união, vontade de um correr pelo outro, de se ajudar, de gostar de estar junto. Aí não adianta 11 craques. No azenha é assim: a amizade supera tudo e cada um se doa pelo amigo dentro e fora de campo.

BA: De goleador do time, passaste para administrador. São responsabilidades e desgastes diferentes. Como é exercer estas funções – jogador e presidente? O que é mais difícil?
Tech:  Olha, a de Presidente é a mais difícil, ainda mais quando se gosta muito do time. É como se fosse um filho e tenho que saber lidar com tudo que acontece. Não é fácil agradar a 30 pessoas, mas faço o possível e quando dá ainda tento ajudar dentro de campo. Ser presidente demanda um tempo de dedicação ao time e, às vezes, acaba te tirando o tempo da família, mas da para conciliar. O Azenha hoje já tomou conta da vida de muita gente, a maioria dos jogadores não consegue mais ficar sem jogar no Azenha e isso me deixa muito feliz, saber que o trabalho esta sendo bem feito.

BA: O futebol de várzea tem hoje um grau de profissionalização. Existe disputa por atletas como no futebol profissional? O Azenha já sofreu com isso?
Tech:  É até engraçado, mas tem isto sim. Já sofremos com isto e não foram poucas vezes. Já perdemos alguns atletas para outros times e já contratamos atletas de outros. Mas o ponto fundamental é o seguinte: o critério para o Azenha contratar jogadores de outras equipes é feito de maneira correta. O Azenha só tenta jogadores que estejam saindo de suas equipes por qualquer motivo que seja, jamais fica aliciando ou tentando prejudicar outro time. Já sofremos  perdas de maneira suja também, infelizmente nem todos dirigentes agem da mesma maneira. E também não prendo ninguém!  Eles estão ali porque gostam do time e dos amigos. Esta é a receita do Azenha.

BA: Quanto pesa a organização fora de campo dentro das quatro linhas?
Tech:  É o carro chefe de um time. O jogador tem que se preocupar só em jogar. Chegar e já estar tudo organizado, arrumado. O Azenha de 2011 evoluiu nesta parte. Antes era tudo centralizado em mim e ficava muito pesado, as coisas não saiam como deveriam. Hoje temos vários departamentos cuidando da organização e isto facilitou. Temos reuniões quinzenais para aperfeiçoamento. O Azenha está organizado de fora pra dentro e já se reflete no campo.

BA: Pra ti, qual o momento mais a ser lembrado e qual a ser esquecido nestes 5 anos de Azenha?
Tech:  Foram muitos momentos que vivemos ao longo deste tempo. Não sei enumerar, mas destaco a retomada que o Azenha deu este ano, depois de ver o fim de perto, renasceu mais forte ainda e o clima de amizade e alegria esta de volta. Para mim um dos momentos mais tristes ainda está presente na memória, foi aquele gol sofrido aos 51 do segundo tempo, na semifinal da Farroupilha. Tu ver a cara de sofrimento dos teus amigos e não poder fazer nada. Isso me doeu demais, mas já estamos fortes em busca de mais alegrias.

BA: O time chegou muito perto de um título e perdeu por detalhe. Agora ingressa numa nova competição. Como manter o equilíbrio e a motivação?
Tech:   O Azenha chegou entre os quatro melhores da competição, claro que queríamos ganhar, mas quem sabe o que passamos no final do ano passado e inicio deste, sabe que podemos nos considerar campeões. Se o título viesse de fato, seria um sonho, mas depois de tudo, chegar até aqui já foi uma conquista. Estamos de cabeça erguida e fortes para a Uefa. Começamos tropeçando por estarmos voltados a semi final, mas agora já passou e vamos entrar de cabeça e mais motivados.

BA: Quais os teus planos para o Azenha do futuro?
Tech:   Planos de manter o time por muito tempo, manter o espírito de união, amizade que conquistamos. Fora de campo não existe vaidade e nem brigas. Saímos para festas, jantas e churrascos. O clima é de verdadeira família e este é o espírito que quero manter por muito tempo. Se conseguirmos um título será maravilhoso, mas não podemos passar por cima dos nossos ideais para isto.

Neste dia 14 de outubro de 2011, data em que este time de amigos completa 5 anos, ninguém merece mais votos de felicidades e vida longa que o cara responsável pela existência do Azenha Futebol Ceva & Alegria. Muitos já vestiram a nossa camiseta, mas poucos colocaram o coração neste projeto. Obrigada, presidente, pela dedicação e atenção nas horas boas e ruins.

2 comentários:

  1. Diego / Atlético Chineiro14 de outubro de 2011 às 17:46

    Muito legal a entrevista, parabéns não somente ao Rodrigo, mas a quem ajuda ele a manter o Azenha sendo equipe de amigos.

    Só quem organiza sabe a dificuldade de colocar em campo aos sábados um time organizado e estruturado. Pra quem organiza o jogo de sábado já começa na segunda!

    Parabéns Rodrigo, que tu consigas manter com a ajuda dos amigos o Azenha por muitos e muitos anos.

    Abs,
    Diego

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  2. Obrigado Diego. Tu sabes muito bem o que significa manter um time estruturado por 5 anos. Vale a pena, pelos amigos do time e pelos amigos que fizemos nos times adversários.
    Grande abraço a ti e a todos do Chineiro.
    Tech.

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