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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Duelo de Goleiros

Quem administra um time de várzea sabe das dificuldades de manter uma boa equipe de um ano para outro. O assédio aos bons jogadores é constante e a troca de times não é rara. E, se no futebol profissional, achar um bom goleiro é tarefa complicada, nos campinhos de várzea a missão é ainda mais difícil.

O Azenha tem uma situação privilegiada. Desde 2009, o time conta com dois goleiros. Tinha tudo para ser uma disputa de egos ou uma briga acirrada pela posição, mas um sistema de revezamento entre Gui e Freitas garante ritmo de jogo aos dois atletas e um duelo saudável entre goleiros.

VAMOS AO BATE-BOLA!

Disputando pelo lado vermelho! Guilherme Santos Barrionuevo de Oliveira, o Gui. Colorado de 25 anos, 1,79 de altura e, recentemente, o mais novo noivo do time do Azenha.


Lutando pelo lado azul! Ricardo de Freitas, o Freitas. Gremista de 30 anos, 1,84 de altura, solteiro, mas eventualmente enrolado.

Blog do Azenha: Sempre quis ser goleiro?
Gui: Sim, sempre. Assistia aos jogos do meu pai e desde criança, meu sonho era ser igual a ele.
Freitas: Não... fui ponteiro esquerdo (o último deles) até os 14 anos, quando fui ser goleiro no Futsal...

BA: Qual teu ídolo na posição?
Gui: : Tenho 3, nesta ordem: Meu pai, Cláudio André Taffarel e Roberto Carlos “Pato” Abbondanzieri.
Freitas: Hmmmm difícil responder... o melhor que vi jogar foi o Edwin Van der Saar, mas o ídolo foi o que me motivou a jogar no gol... Danrlei

BA: Quais as características fundamentais de um bom goleiro?
Gui: : A principal é passar confiança e tranqüilidade ao time. Ajudar orientando os companheiros no posicionamento, pois o goleiro assiste ao jogo de trás e consegue enxergar o campo todo. Características técnicas, é mais complicado de falar, no entanto, acredito que o bom posicionamento em baixo das traves minimiza eventuais falhas.
Freitas: Posicionamento e reflexos.

BA: Mãe de goleiro é tão lembrada quanto mãe de juiz?
Gui: : Acredito que não. Goleiro quando vai mal ou comete alguma falha, logo é chamado de “frangueiro”, mas a mãe, acho que fica tranqüila em casa. Pelo menos, eu espero, hehehe.
Freitas: Não... a do juiz é sempre a mais lembrada, aconteça o que for... mas a do goleiro pode ser mais lembrada que a do bandeira e a diferença é que, por vezes, a mãe do goleiro é lembrada positivamente.

BA: Qual o momento mais marcante pra ti dentro do Azenha?
Gui: : Essa é a pergunta mais difícil. Teve um momento muito feliz, em 2007, quando fomos para final da Copa União, e consegui defender uma cobrança pênalti na semi final.
Mas por outro lado, a derrota para o Pampa na semi final desta Copa Farroupilha foi muito forte. Fiquei de fora do jogo e a tensão é maior. É muito sofrimento olhar o jogo de fora e não conseguir ajudar. Fomos do extremo da alegria ao extremo da tristeza em menos de 1 minuto. Conseguimos o gol de empate, com uma bicicleta, nos acréscimos e eu tinha certeza que na decisão por pênaltis, o Ricardo faria a diferença e nos colocaria na final da Copa. E na seqüência, onde já deveria ter terminado o jogo, sofrer o gol de empate, foi um choque. Inacreditável.

Freitas: Curiosamente foi fora de campo... Foi na virada do ano, quando estivemos em sérias dificuldades em manter o time na ativa. Conseguimos nos organizar, realinhar o grupo e fortalecer o clube. Melhoramos em todos os aspectos e o resultado foi visto no campo, com esta ótima campanha na Copa Farroupilha.
Dentro de campo também tem momentos marcantes... Talvez os mais sejam a falta que peguei do Silvinho na minha estreia pelo Azenha, e a partida contra o Deportivo, na segunda fase da Farroupilha, minha melhor atuação pelo Azenha.

BA: Como tu avalia teu “rival” na posição?
Gui: : É um cara que eu gosto muito e não consigo vê-lo como rival. É um amigo, uma pessoa fantástica, querido por todos do nosso grupo, além de ser o churrasqueiro oficial. Dentro do campo, é um cara de bom posicionamento, excelente reflexo e muito melhor que eu nas saídas de gol. Acho que apenas lhe falta um pouco daquela imposição do goleiro, de falar mais com a defesa, gritar com o time dentro do campo. Mas aquela tranqüilidade toda em pessoa, não dá pra exigir muito isso, né? Pode ser que, muito exigido, ele se “pise” e desfalque nosso time por tempo indeterminado...
Mas enfim, é um cara com quem não disputo titularidade, mas divido a posição numa boa. Não vejo problema em não jogar alguns jogos por ele estar melhor. Acho que a nossa amizade e alegria por fazer parte do Azenha é muito mais importante do que uma partida a mais ou uma a menos.

Freitas:  Na parte técnica, destaco como suas principais características o bom posicionamento e os reflexos. Acredito que por isso não é mais surpresa quando ele defende aquelas chamadas impossíveis. A mais recente que lembro foi contra o ABC (acho que o jogo ainda estava empatado) e ele pegou uma a queima roupa que foi fundamental naquela partida tão importante para a classificação à segunda fase da Farroupilha. Fora da questão técnica, é fundamental destacar o arrojo do Gui e sua vontade de vencer. É impressionante e contagiante a força que ele faz visando as vitórias do Azenha. Aprendi isso com ele, o que me fez melhorar dentro de campo, especialmente na orientação e comunicação com os colegas o que contribui, também, para manter a total concentração no jogo. E por fim, o destaque ao grande companheiro de time que ele é. Independete de quem esteja jogando, sempre tem uma palavra de apoio e incentivo, o que ajuda todo o time e a mim em especial.

Um comentário:

  1. Bah.... quando a Mari me mandou o e-mail com as perguntas e pedindo pra mim e pro Gui responder a elas, sem falarmos um com o outro, não imaginei que fosse ficar tão "bacana". e Fiquei ansioso pra conferir o resultado!!

    Foi muito legal! Gostei bastante!
    Gui, obrigado pelas excelentes e generosas palavras... e prometo, vou tentar gritar mais dentro de campo!! heheh. És mais que um companheiro de time, mas um amigo e irmão!!
    Grande abraço!!
    Freitas

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